Proteção dos dados pessoais femininos

Dia 8 de março é o dia internacional da mulher, simbolizando a luta feminina pelo fim da discriminação, da desigualdade salarial, da violência e do machismo. Eis que surge uma reflexão: as mulheres necessitam de um cuidado especial com os seus dados pessoais pois o manuseio dessas informações por pessoas mal intencionadas pode desencadear severas consequências.

E aqui entra a LGPD: a proteção de dados pessoais consegue ser mais um instrumento para dar voz, justiça, respeito, privacidade, segurança da informação e proteção para a mulher, principalmente na atual era digital e com a velocidade da propagação da informação.


Mulheres que buscam por mais liberdade sexual e menos machismo, ao depararem com um vazamento de suas fotos íntimas por meio de grupos de bate-papo ou via invasão de computadores, acabam tendo a sua reputação devastada. Foto é um dado pessoal.

Mulheres que buscam por oportunidades em cargos de alta direção, quando participam de um processo seletivo interno e são barradas pela condição de serem mães, recém-casadas ou estarem no auge da idade reprodutiva, têm todos os seus sonhos despedaçados. Currículo, dados profissionais, estado civil, idade e número de filhos são dados pessoais.

Mulheres que buscam por prevenção de saúde, fazem consultas médicas periódicas, buscam terapias e constelações familiares, deixam os seus mais íntimos segredos e dados de saúde todos os dias nos hospitais, laboratórios e consultórios. Todos esses são dados pessoais e cabe uma atenção especial da LGPD, por serem dados sensíveis.

Mulheres que buscam a união com outras mulheres em grupos de proteções online precisam de uma segurança maior pois, em caso de vazamento ou hackeamento, podem ter as suas vidas expostas ao perigo como em casos de desabafos sobre violência doméstica. Todos esses dados que permitem identificar uma mulher específica são dados pessoais.

Mulheres que buscam um planejamento familiar ou conhecer melhor seus ciclos menstruais acabam aderindo aos aplicativos de saúde feminina. Ali há a exposição de suas relações sexuais com ou sem proteção, sentimentos, humor, período fértil. Por trás dos aplicativos existem as políticas de privacidade que muitas vezes não protegem adequadamente essa intimidade. Todos esses dados requerem uma proteção minuciosa.

Mulheres que buscam se sentirem mais sexys efetivam suas compras online de vibradores, lingeries, camisolas e fantasias. Tudo isso requer um cuidado da proteção de seus dados desde a pesquisa na internet, passando pelos correios até a entrega em sua residência. Todos os dados coletados são dados pessoais.

Mulheres que buscam sua independência financeira abrindo o seu próprio negócio, seja ele online ou físico, geram empregos, movimentam a economia e transformam vidas. Estar em conformidade com a LGPD protegendo os dados pessoais de suas funcionárias, colaboradoras e das consumidoras é dar o exemplo de uma prudência especial aos dados femininos, fortalecendo mais ainda o movimento de luta e empoderamento feminino.

Percebe-se então quantos dados pessoais femininos sensíveis e vulneráveis estão espalhados por aí necessitando de uma consciência e proteção particularizada, justamente porque, quando utilizados de modo errado, podem causar um estrago irreparável na vida de uma mulher.

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